domingo, 14 de novembro de 2010

Vantagem competitiva


Em um bairro periférico de Modena se encontra o Baggiovara Center Conad, um espaço que reúne uma galeria, com 10 lojas, e um supermercado de 1350 metros quadrados. No local, a Nordiconad, uma cooperativa do consórcio nacional Conad, coloca em prática a sua mais importante estratégia. A construção de relacionamentos entre o empreendedor e a comunidade funciona como um forma de ter um diferencial competitivo frente a atuação das grandes cadeia supermercadistas. Desta maneira, consegue atrair os consumidores para suas lojas e ganhar espaço e vendas na região.


“O território da loja é o local onde podemos criar relacionamentos. Nos PDVs temos o dono e não o gerente. Isto nos faz diferente das outras empresas porque esta pessoa vive no bairro, ou seja, leva a sua vida profissional e pessoal nesta comunidade, trazendo benefícios para a comunidade”, diz Gian Luigi Covilli, diretor da Nordiconad nas áreas que abragem a Emília Romana e o Vêneto.


A operação da loja é tocada no dia a dia por três sócios, que têm partes igualitárias dentro do contrato de sociedade. Um dos sócios é o responsável pela coordenação da operação, enquanto o outro cuida da seção de frutas, legumes e verduras. O terceiro membro é o responsável pelo açougue do estabelecimento. Cada uma fica com as tarefas e as responsabilidades atribuidas para o bom andamento destes locais. No ano passado, a loja alcançou uma receita total de 9 milhões de euros e em 2010 deve ter um crescimento de 10% na sua receita.


“Incentivamos a participação dos sócios porque isto é importante e é uma vantagem competitiva, pois com os donos sendo os gerentes, os administradores e estarem no cotidiano ajuda a melhorar a qualidade do serviço”, afirma Covilli.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Criação de valor


Nordiconad é um empreendimento cooperativo entre os varejistas - que reúne os membros do Consórcio Nacional Conad - com sede em Modena e uma rede de distribuição composta por 464 lojas. O volume de negócios gerado por 191 empresas - que fazem parte da sociedade composta por 563 sócios empreendedores - alcança a ordem de 1,34 bilhões de euros ao ano.

“Buscamos ser os melhores no relacionamento com o consumidor gerando criação de valor para a empresa, com o profissionalismo de nossos membros, com a qualidade da organização, com a nitidez de nossa rede, ouvindo os nossos consumidores e usando o território em que a loja está instalada como vantagem competitiva”, diz Gian Luigi Covilli, diretor da Nordiconad nas áreas que abrangem a Emilia Romana e o Vêneto.

Um dos depósitos da cooperativa abastece 140 pontos de vendas, em uma distância de até 250 quilômetros, de produtos secos, frutas, legumes e verduras, que variam de 650 a 750 itens – dependendo da sazonalidade do ano. No local de 25 mil metros quadrados e 12 metros de altura trabalham 120 funcionários. “Os itens de FLV ficam em uma temperatura de 13 graus para se manterem conservados e frescos. Em no máximo 24 horas do recebimento todo o estoque de FLV está entregue nas lojas”, afirma Luigi.

União de varejistas


Uma cooperativa que surgiu em 1962 e se organizou em torno de pequenos comerciantes independentes, cresceu, tomou forma e atualmente detém 9,7% de participação no mercado de consumo italiano. Esta é a Conad, que em 1975 tinha 196 cooperativas e 19 mil sócios, em 1990 eram 20 cooperativas e 5 mil sócios e em 2009, a rede tinha 8 cooperativas e 2918 sócios espalhados pelo país. “Com o tempo fizemos alianças, melhoramos a gestão, a qualidade administrativa e os serviços oferecidos aos consumidores”, diz Sérgio Imolesi, diretor-geral da Conad.

O sistema Conad se organizou em três níveis: os comerciantes são associados à cooperativa, que por sua vez faz parte de um consórcio nacional, que representa a associação nacional de revendedores.
Executivos da cadeia de abastecimento brasileira almoçam na sede da Conad
As cooperativas apoiam as atividades empresariais de membros através dos comerciantes, de serviços comerciais, marketing, vendas, logística e distribuição, formação, inovação tecnológica e consultoria para a abertura e gestão de lojas. Fomenta também a cooperação com seus parceiros em programas de desenvolvimento da rede de vendas. Enquanto isto, o consórcio nacional coordena as estratégias do sistema, promove a inovação, mantém relações com os parceiros europeus, e, em particular, trata de acordos comerciais com fornecedores, políticas de marketing e criação de produtos da marca Conad.

Atualmente, a Conad detém 1.435 supermercados e superstores, 1.198 lojas superette da bandeira Margherita Conad, 30 E.Leclerc, de hipermercados e centros comerciais e 255 lojas de hard discount na Itália. “Nosso sistema é baseado em empreendedorismo generalizado e enraizado na área, ou seja, na presença de muitos associados e não sobre a concentração da propriedade em poucas mãos. Este é o princípio da cooperação. Eles gerenciam os estabelecimentos de venda e representam a marca no território em que atuam. Os atores estão envolvidos nas políticas de desenvolvimento e comercialização de cooperativas”, afirma Imolesi.

Assista ao vídeo e conheça a Conad:

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Parada em Modena

Universalmente famosa por ser a cidade natal do tenor Luciano Pavarotti e de Enzo Ferrari, fundador da escuderia que leva o seu sobrenome, Modena, recebeu os empresários e executivos do atacado distribuidor e da indústria brasileira para uma visita à Conad, maior grupo italiano de centrais de compra. Situada no norte da Itália, a província fica distante 37 quilômetros de Bolonha, entre os rios Secchia e Panaro, na região de Emilia Romana. A área da província inclui a montanha-emiliana Apeninos toscanos, onde se ergue o Monte Cimone com seus picos de mais de 2000 metros.

A área da planície se estende desde o lado norte da Via Emília da fronteira com a Lombardia e tem paisagens caracterizadas por típicas casas rurais. Estas planícies, considerada a mais bonita da Itália, estão cobertas por castelos, fortalezas, torres e aldeias, - marca de uma história que deixou os seus sinais numa paisagem que satisfaz a mente e a alma.

Com cerca de 200 mil habitantes, é uma cidade tranqüila e onde a modernidade e a tradição se fundem e se completam. Isto em um país que detém 52% do patrimônio artístico do mundo, a cidade mantém no seu interior pequenas jóias de arte, como a catedral românica, construída em 1099 toda em mármore branco, localizada no coração de Modena, na Piazza Grande, que foi incluída, juntamente com o símbolo da cidade, a torre sineira, chamada “la Ghirlandina”, na lista de Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Também na praça, há a antiga Câmara Municipal, um complexo de edifícios medievais, o internato da Igreja de S. Carlo, coração histórico dos habitantes de Modena e o Museu Palace (Palazzo dei Musei), próximo da Piazza Sant'Agostino. É lá que é mantido o "livro mais agradável e iluminado", como ele é chamado. Trata-se de uma Bíblia que pertencia ao marquês Borso d'Este, que obteve do papa Paulo II o título ducal pouco antes de sua morte.

Modena é conhecida também pela sua excelente comida e vinho, assim como pelo vinagre balsâmico, o vinho Lambrusco, o queijo Parmigiano (Parmesão) ou salame.


CURIOSIDADES

A cidade de Modena chorou muito por seu filho mais ilustre, o tenor Luciano Pavarotti, que morreu em 7 de setembro de 2007. Centenas de admiradores e curiosos prestaram as últimas homenagens na catedral da cidade, onde o músico foi velado.


Aberta em 1990, a Galleria Ferrari reúne momentos fundamentais da lendária marca do cavalinho rampante, criada por Enzo Ferrari. O prédio está localizado na via Dino Ferrari, possui três andares e fica a poucos metros da própria fábrica da Ferrari, em Maranello. Fica próxima também da pista de Fiorano, de propriedade da marca, onde desde 1972 são testados e desenvolvidos os modelos Ferrari – de Fórmula 1, turismo ou os carros de rua. Estão espalhados pelos andares, uma lanchonete temática, a loja de produtos oficiais Ferrari, carros de passeios, turismo e modelos de Fórmula 1.

Veja imagens de Modena.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cadeia alinhada

Um estudo da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) apontou que as perdas na cadeia de alimentos brasileira, seja por erros nas etapas, no manuseio incorreto ou em uma logística inadequada durante o processo chegam a 4,8 bilhões de reais ao ano. O resultado do que se perde acaba indo para o preço do produto e diminui o poder de compra do consumidor.

Para reduzir as perdas e melhorar a eficiência no processo ao longo da cadeia de abastecimento, desde o produtor ou o fabricante até o consumidor final, o RFID – sistema de radiofreqüência - é a solução mais adequada, gerando menos desperdício ao longo do processo e reduzindo os custos da cadeia de abastecimento, com o uso de reposição automática de mercadorias e automação comercial para todos.

“O RFID é o futuro. É o que vai acontecer em alguns anos, mas há um excesso de otimismo com relação à implementação desta tecnologia. Vai demorar muito tempo e requerer muito dinheiro de investimento. Antes de chegarmos neste nível, temos de fazer coisas básicas e que estão disponíveis”, diz Nelson Barrizzelli, professor da FEA-USP. “Não que ela não seja útil, mas porque é preciso desaprender tudo o que foi feito e aprender a fazer tudo de novo”.

Para aprender a fazer tudo de novo é necessário realizar o alinhamento de dados entre todos os envolvidos nas etapas, como há mais de 30 anos foi feito nos Estados Unidos e no Canadá. “No Brasil não foi feito isto e o resultado é que não se tem alinhamento de dados, pois cada um faz o seu sistema. Feito isto, toda a cadeia precisa se reorganizar para ter isso em vigor. Mas ninguém quer abrir o estoque senão não há negociação”, afirma Barrizzelli.

A falta de uma integração e de um esforço concentrado no estudo do RFID no Brasil é outro fator que preocupa os executivos da cadeia de abastecimento que planejam aplicar a tecnologia no futuro para melhorar a eficiência da operação. “Não temos um esforço concentrado e reunido em um só local de RFID. No Rio Grande do Sul, por exemplo, está muito bonito fazer um chip para identificação na orelha do boi para se ter rastreabilidade. Mas isto não é coordenado de uma maneira centralizada. São esforços dispersos e que deveríamos ter, através do GS1 ou de qualquer outra entidade, um esforço de coordenação. Seria muito mais eficiente”, diz Uylon Roberto da Silva, sócio-gerente do Central Ofertão.

Carlos Eduardo Severini, presidente da ABAD, homenageia os representantes do Indicod-ECR, em Milão


Limites tecnológicos


O Laboratório de EPC (Código Eletrônico de Produto, em português) é desenvolvido pela Indicod-ECR e pela Escola de Gestão da Politécnica de Milão, em colaboração com a Telecom Itália, com o objetivo de realizar estudos de viabilidade e testar a implementação de EPC / RFID como parte dos processos operacionais da cadeia de abastecimento.

O objetivo é dotar as empresas, com os usuários e os prestadores de especificações de hardware e software, para a utilização de estrutura numérica EPC codificado em tags RFID. O EPC é um sistema de numeração, que fornece um número de identificação único de 96 bits para 268 milhões de empresas. Cada uma delas terá 16 milhões de categorias e 68 milhões de números de série para cada categoria de produto. Cada código é associado a informações sobre o produto EPC, tais como fabricante, características e preço. Todas as estruturas numéricas GS1 (GTIN, GLN, SSCC) são integradas na estrutura numérica EPC.

O EPC, ou o código de identificação - e todos os dados sobre o produto também serão registrados com o servidor local (EPCIS ) conectado à web ( EPCglobal Network). Toda vez que as empresas quiserem ver os dados atualizados poderão se conectar aos bancos de dados e os operadores terão direito a gerenciar diretamente qualquer tipo de troca de informações.

Com uma reprodução, em escala da cadeia de abastecimento, o Laboratório EPC tem a capacidade de testar a tecnologia em diferentes fases dos processos logísticos e as atividades principais previstas até ao final de linha de produção ao ponto de venda, etiquetas de identificação e mais eficiente as partes que assegurem uma maior confiabilidade na identificação do palete.

“Queremos entender o potencial e os limites da tecnologia, a fim de evitar os mitos e trabalhar eficazmente em diferentes áreas de negócio, identificando o valor real de aplicação de RFID”, diz Linda Vezzani, especialista em EPC, do Indicod ECR.

O relatório das pesquisas analisa todos os aspectos do trabalho em conjunto com os parceiros industriais do laboratório e se divide em várias etapas como o posicionamento da tag no “pescoço” do palete, o transporte da mercadoria, a experimentação da tecnologia RFID no padrão EPC, o uso do RFID para empilhadeiras, caminhões e no gerenciamento de armazém. Analisa também o monoarticulamento dos paletes, que utilizam RFID para a empilhadeira, ativos reutilizáveis e armazém, e o custo-benefício do processo.

“Não estamos em um nível de implementação que permite chegar a um empate entre o custo e o lucro, mas é um nicho de mercado e que será vital no futuro. Pouco a pouco, vamos mudando a cultura do mercado sobre a necessidade de melhorias de processos ao longo da cadeia de abastecimento”, afirma Lorenzo Nigro, responsável pela área de desenvolvimento de negócios da associação.

Saiba mais sobre o EPC LAB:

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Otimização logística

Fazer uma rede de laboratórios na Europa com todos os padrões de qualidade integrados é uma das funções do Indicod-ECR. Além disso, a associação trabalha para otimizar a reengenharia dos fluxos logísticos de mercadorias na cadeia de abastecimento, que são testadas através da implementação de vários projetos-pilotos de RFID (sistema de radiofreqüência), onde se busca produzir as melhores práticas para que as empresas possam adotar em conjunto com parceiros de negócios e melhorem a eficiência da cadeia de abastecimento.

Essas práticas passam pelo monitoramento e pelo rastreamento de produtos, em resposta, por exemplo, as crescentes exigências de segurança alimentar. Passam também na troca de mercadorias e de informação, de maneira rápida e perfeita, e na melhoria da disponibilidade dos produtos nas prateleiras, evitando perdas, e na busca de uma embalagem inovadora que permite armazenar os produtos diretamente nas prateleiras, porque eles já estão prontos para venda.

Outra definição comum de amarração e de condições estão sendo implementadas aos poucos, e um modelo comum para a aplicação do slot de carregamento e descarga, ou a nomeação de carga e descarga numa janela de tempo definido, para evitar a espera.

“Tudo isso se resume no redesenho da cadeia de abastecimento e, em seguida, todos os processos de interface entre produtores e distribuidores de bens de troca e de informação. Há também uma ferramenta de autoavaliação prática para medir o grau de "sustentáveis" os processos de transporte”, diz Lorenzo Nigro, responsável pela área de desenvolvimento de negócios da Indicod-ECR.